quarta-feira, 26 de setembro de 2007

SMS indiscreto

Cheguei um dia desses no trabalho e notei a roupa que uma colega usava. Saia social justa, marcando a calcinha, blusinha branca com uns detalhes brilhantes e um decote generoso. Traje relativamente comum, mas com uma pitada de sensualidade. Obviamente, ela chamou a atenção - e talvez quisesse isso mesmo. O nome dela era Lúcia, mas as pessoas a chamavam apenas de Lucinha.

Lá pelas tantas, ouvi sua voz me chamando. Ela estava ao meu lado, abaixada - decote à mostra. Dizia que queria que ela me ajudasse com um texto, que ela achava que poderia melhorar. Era algo comum de acontecer. Não vi problema em ajudar.

Eis que entre uma sugestão e outra, surge um "Você escreve muito bem sabe? bem que poderia me dar aulas particulares..." Fingi que não entendi e continuamos a revisar o texto.

Quase todos os dias, ela passou a me pedir alguma coisa - uma ajuda, uma opinião, uma conversa furada. Comecei a falar alto da minha namorada perto dela - talvez sabendo que eu namore ela desista.

Saí do trabalho ainda pensando nisso. E só pensava na Jessy. Liguei para ela e, como ela estava para sair, fui buscá-la. Quando ela chegou, me senti como alguém que olha para o mar pela primeira vez: deslumbrado. Adorava o jeito que ela sabia me olhar, e admirava o quanto ela conseguia ser linda de tantas formas diferentes.

Lembrei da mulher do meu trabalho. E pensava se devia contar à Jessy - sempre tivemos um relacionamento muito franco e, não raro, contávamos um para o outro as tentativas de paquera de outras pessoas sobre nós, sempre rindo e com a certeza do que sentíamos um pelo outro.

Mas hesitei. Hesitei em contar a ela. Nem tinha acontecido nada, para que contar? Mas não conseguia ficar tranquilo. Talvez tivesse receio porque, diferente da outras vezes, desta vez era alguém com quem eu conviveria todos os dias. Se ela abussasse, eu não poderia simplesmente afastá-la. Não contei.

O meu celular tocou e como eu estava dirigindo, pedi a Jessy que atendesse. Era uma mensagem de texto. Ela só abriu o celular e fez uma cara estranha. Fechou o celular, guardou novamente e disse: "é só uma daquelas mensagens da operadora...".

Ela ficou calada desde então. Cansada do evento, imagino. Disse a ela que faria uma massagem relaxante nela quando chegássemos em casa. Ela sorriu levemente para mim.

Ao chegarmos, ela preferiu que eu não fizesse a massagem. Disse que ia tomar um banho antes de comermos algo e iria dormir cedo. Estava cansada.

Poucas vezes tinha visto Jessy rendida ao cansaço. Ela que sempre me animava, com seu agito constante e seu sorriso vigoroso. Mas aquele dia parecia mesmo abatida. Dormimos cedo - fato muito raro - com poucas palavras trocadas.

No dia seguinte, cheguei ao trabalho e fui recebido com um torpedo da Lúcia, que disse, com um sorriso nos lábios: "recebeu minha mensagem?". Respondi que não, mas ela insistiu ter mandado. Só aí vi: "Pô, gato... bem que vc podia aceitar sair comigo, hein? Não me importo que vc tenha namorada! Não sou ciumenta". Só aí percebi: a Jessy quem leu a mensagem...



Agora entendo o porquê ela tinha ficado estranha... Acho que eu também ficaria.

2 comentários:

Anônimo disse...

bah, legal a idéia do blog. É quase uma terapia online. Vou sugerir uma coisa assim à minha patroa.
Há braços!!

Anônimo disse...

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